Laura

Laura

terça-feira, 2 de novembro de 2010

Um belo Poema de Bandeira

Belo Belo

Belo belo belo,
Tenho tudo quanto quero.


Tenho o fogo de constelações extintas há milênios.
E o risco brevíssimo — que foi? passou — de tantas estrelas cadentes.


A aurora apaga-se,
E eu guardo as mais puras lágrimas da aurora.


O dia vem, e dia adentro
Continuo a possuir o segredo grande da noite.


Belo belo belo,

tenho tudo quanto quero
.


Não quero o êxtase nem os tormentos.
Não quero o que a terra só dá com trabalho.


As dádivas dos anjos são inaproveitáveis:
Os anjos não compreendem os homens.


                                         Não quero amar,
                                         Não quero ser amado.
                                         Não quero combater,
                                         Não quero ser soldado.


— Quero a delícia de poder sentir as coisas mais simples.

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