Laura

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domingo, 31 de outubro de 2010

O Pensamento Livre de Rousseau

Contradições entre Rousseau e o Iluminismo

O século XVIII foi um período marcado por uma grande efervescência, em diversos campos, da política, da religião, da cultura, social e econômica, com a Europa vivendo dicotomias governamentais, e os intelectuais buscando revelar a predominância da razão sobre as ações humanas, destacando a liberdade do indivíduo e o antropocentrismo.
O iluminista Rousseau, no entanto, fazia valer, ainda, a predominância da emoção, o valor do amor e da natureza, em sua obra “Luíza”, cujo título original é “Carta de Dois Amantes, habitantes de uma pequena vila até os pés dos Alpes”, depois, renomeado para “Julie”, ou a Novela Heloísa”.
Jean Jacques Rousseau (1712-1778), filósofo, sociólogo e pedagogo, nasceu em Genebra e teve uma influência importante na Revolução Francesa e no Iluminismo. Em sua crítica a alguns pontos do Iluminismo alcança a burguesia e a propriedade privada, como ele destaca em “O Discurso Sobre a Origem da Desigualdade”, no qual, em certo povo, ele afirma: “O primeiro cercou um terreno, advertindo: ' este é meu ' e encontrando gente muito simples, que acreditou, foi o verdadeiro fundador da sociedade civil (...) se tivesse gritado aos seus semelhantes: não escutem esse impostor; vocês estarão pedidos se esquecerem que os frutos são de todos, que a terra não é de ninguém.”
Rousseau critica, desta forma, o progresso inevitável, com resultados permanentes, que não permitiriam à sociedade se 5edimir, no que ele estava completamente certo, porém, defende a vontade geral, o comportamento geral justo, situando-os acima das vontades individuais, que tendem ao egoísmo, defendendo tal pensamento em sua obra “O Contrato Social”.
Ao criticar o racionalismo exacerbado dos iluministas, Rousseau revela os valores do homem natural, convertidos pelo meio social, prenhe de corrupções, vícios e maldades.
Trocando em miúdos, Rousseau determina que a libertação do homem se faz com os ideais de um Estado democrático, pautado nos desejos dos cidadãos para que não se corrompa o homem por uma sociedade que pode se tornar legítima pela vontade geral do povo, da qual emana o poder, criticando a realeza, a monarquia, absolutistas, egoístas e ditatoriais.
Tudo isso não torna Rousseau um inimigo da intelectualidade, da razão e do desenvolvimento, nem mesmo, um combatente da religião, apenas um defensor de que o homem é mais do que intelecto, é emoção, com a condição natural do homem precedendo seu Caráter livresco, o que garante sua formação moral, antes e acima de tudo.
Para Rousseau, o homem alcança sua liberdade moral, após adquirir seu estado civil, liberdade que lhe permite tomar decisões e comandar o próprio destino, dentro das normas legais da sociedade, por meio de um pacto social. O homem pode ser, verdadeiramente, senhor de si, obedecendo às leis que ele instituiu para si mesmo e isso ocorre através do pacto social. Essa liberdade política e social prova a validade das instituições e seu papel na busca pela felicidade e pelo bem-estar do homem sem ferir suscetibilidades, mantendo sua individualidade, ao passo em que o mantém integrado ao processo social e aos valores da vida pública. A noção de caráter, de pessoa toma, então, um rumo importante no pensamento rousseaniano, que se recusa a separar política, sociedade e moral, analisando os fatores que separam o indivíduo de sua felicidade e autonomia e da degradação social do homem, podendo este desenvolver pensamentos em vista de um processo de cidadania, recuperando, em uma evolução sócio-educacional, recuperar a sua liberdade, a sua individualidade, crescendo dentro de uma sociedade natural, justa, adequada para conduzi-lo à felicidade, conservando sua natureza e sua origem.

             Obras de Rousseau

    • Dicionário de Música,
    • A nova Heloísa,
    • Confissões,
    • Discurso sobre as ciências e as artes,
    • Discurso sobre as origens e fundamentos da desigualdade entre os homens,
    • Emílio,
    • O Contrato social,
    • Diálogos de Rousseau, juiz de Jean-Jacques,
    • Considerações sobre o governo da Polônia,
    • Devaneios de um caminhante solitário.








Prof. Marcelo Monteiro

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