Atire no Pianista

O norte-americano David Goodis (1917-1967), um dos mestres da literatura noir ao lado de Dashiell Hammett, Raymond Chandler, Chester Himes e Ross Macdonald, retrata com fidelidade, de forma seca e precisa, o ambiente sórdido das ruas de Filadélfia, o sofrimento dos que sofrem na pele, e na alma, a miséria humana dos marginaismarginais, dos esquecidos, dos que perderam a esperança do eterno sonho americano. Um enredo direto e repleto de segredos, mistérios e tentações dos desalmados, levando o leitor a ler com avidez as páginas deste romance conciso e direto que revela o lado escuro do medo, das paixões, do destino, sob uma escrita crua, um lirismo seco e comedido e uma narrativa linear, sem frescura, constrói nesta obra, como em todos os seus livros, tramas complexas, personagens duros e solitários, em uma atmosfera densa, sufocante e decadente, tudo ilustrado com um humor negro refinado, muito próximo dos grandes roteiristas, sobretudo em seus diálogos, além de um final surpreendente.. Não à toa, Goodis trabalhou em roteiros para filmes noir, como na própria produção francesa de “Atire no Pianista” (Tirez sur le Pianiste), dirigida por Truffaut, com Charles Aznavour, no papel central, um grande sucesso da Nouvelle Vague, Goodis ainda escreveu roteiros para filmes clássicos, como “A Dama do Lago” e a série “O Fugitivo”.


No Cinema, podemos conferir Atire no Pianista (Shoot the Piano Player) na nouvelle vague, Atire no Pianista (Tirez sur Le Pianiste – 1960), com direção de François Truffaut, roteiro do próprio David Goodis e um elenco forte com Charles Aznavour, Marie Dubois, Nicole Berger, Albert Rémy, Claude Mansard, Richard Kanayan, Daniel Boulanger, Michèle Mercier, Serge Davri, Jean-Jacques Aslanian.
Prof. Marcelo Monteiro
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